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Cansados de ver filmes que a mídia divulga? Então você veio ao lugar certo!

O Nevoeiro (2007)




FICHA TÉCNICA


Direção: Frank Darabont
Elenco: David Drayton (Thomas Jane), Sr. Carmody (Marcia Gay Harden), Laurie Holden (Amanda Dunfrey), Andre Braughter (Nathan Gamble).
Sinopse:  Após uma terrível tempestade, uma estranha névoa encobre uma pequena cidade. Criaturas ocultas no nevoeiro atacam as pessoas que saem as ruas. Um grupo fica preso em um supermercado e não pode sair do estabelecimento temendo ser atacado. A partir de então, começa uma luta sangrenta pela sobrevivência.
Trailer:



RESENHA

A princípio o filme é como qualquer outro, sem muitas expectativas e muitas sugestões do que pode acontecer. O Nevoeiro é uma obra de Stephen king adaptada pelo diretor Frank Darabont. Frank começa seu longa mostrando seu personagem principal, David Drayton (Jane) dando a arte final a um cartaz de filme (há quem diga que este cartaz se refere a uma de suas obras antigas, O enigma de outro mundo, mas particularmente prefiro acreditar que se trata de outra obra de Stephen king, que é o primeiro livro da séria Torre Negra, O pistoleiro) o mesmo é um pintor e arte finalista de cartazes de filmes “Hollywoodianos”.
A seqüência do longa nos mostra um evento climático, a principio o armar de uma tempestade, forçando David, sua esposa e seu pequeno filho Billy (Gamble) a se abrigarem no porão, costume bem difundido nos EUA, devido ao fato de o porão ser a parte mais segura da casa contra alguns eventos climáticos. Pela manhã, David e sua família observam atônitos os danos causados pela tempestade, e receando que o evento ocorra novamente vê-se a necessidade de buscar mantimentos, sendo aqui que a história toma proporções acima do esperado.
Quase como o filme Por um fio, grande parte da história se passa em um mesmo local, sendo este um supermercado de médio porte. Frank Darabont prepara bem o espectador com relação aos personagens, trazendo um pouco de sua cultura, jeito e até personalidade, antes de um denso nevoeiro surgir ao redor da cidade e do supermercado fazendo com que a trama se desenrole.
Enclausurados e sem ter nem idéia do que os afronta, começa o clima de tensão, com isso também os principais estereótipos da nossa atual sociedade. Como a beata, o bonzinho, o arrogante, o teimoso, o medroso e, como não podia faltar o herói. Frank Darabont consegue trazer para o espectador a mesma sensação que os personagens enfrentam, sendo esta a sensação claustrofóbica, que em muitas cenas do longa nos tiram o fôlego e nos aprisionam em seus medos e ansiedades.
No decorrer do filme, os personagens tomam conhecimento da ameaça que os afoitam, mas, como já era de se esperar são incapazes de reagir contra a ameaça. Presos em um supermercado fica difícil saber o que é a maior ameaça, se são os estranhos seres ou os próprios humanos, que ao se encontrarem em um local sem lei mostram suas verdadeiras faces, por vezes se mostrando até mesmo mais perigosos do que os próprios seres desconhecidos. Frank retrata em seu filme de forma sutil, um grande dilema, o que seriam da raça humana, sem leis? O melhor diálogo que descreve esta afirmação acima é o seguinte:

"As pessoas são boas, decentes. Meu Deus, somos uma sociedade civilizada", diz a mocinha.
"Claro. Contanto que as máquinas funcionem e o 190 atenda. Tire isso, deixe todo mundo no escuro e assustado e as regras se vão. As pessoas vão recorrer a quem quer que ofereça uma solução. Somos fundamentalmente insanos como espécie. Coloque gente suficiente num quarto e é só uma questão de tempo até cada metade começar a imaginar maneiras de matar a outra", retruca o senhor.

Deixando bem claro a índole geral dos humanos, a seqüência desse diálogo deixa bem claro que os humanos são tão fracos que criaram a política e a religião para sentir algum conforto e inibir alguns instintos que a sociedade julga inapropriado e que de fato é.
Mas como todo filme, O Nevoeiro também apresenta um grande aspecto negativo, vindo este de Sam Witwer, interpretando o papel de um soldado, demasiadamente exagerado em diversos aspectos, desde interpretação até aparência em si, surgindo com as sobrancelhas feitas cuidadosamente além de um toque sutil de lápis na parte inferior dos sílios, algo extremamente estranho para um militar, transformando o personagem em um drag Queen, altamente produzido.

Em contrapartida a este aspecto, surge a Sr. Carmody (Marcia Gay Harden) uma evangélica extremamente fundamentalista, se tornando o ser mais ameaçador do filme O Nevoeiro. Seguindo o modelo estereotipado e cacaricaturado, a Sr. Carmody, influencia o comportamento alheio usando como base sua maior arma, o medo. Mostrando que independente de sua crença os seres humanos prezam suas vidas acima de qualquer outra coisa, podendo até mesmo alterar sua índole para modificar alguns preceitos mediante o pavor da morte, faltam-me palavras para descrever a incrível e nada sutil desempenho de Marcia Gay Harden, levando a este mero espectador a aplaudir de pé.

O ponto principal da história se encontra no final, onde um grande turbilhão de emoções atinge o espectador causando diferentes reações, fazendo os mesmos amarem o filme ou ter uma imensa repulsa, tudo isso em seus momentos finais, sendo em minha opinião um dos melhores desfechos que já presenciei, mas deixará um grande gosto amargo que perdurará enquanto o espectador não deixar que isto mascare, de forma injusta, esta incrível adaptação do livro de Stephen King.




Jake Rodrigues


Soul kitchen (2009)




 FICHA TÉCNICA


Direção: Fatih Akin
Elenco: Adam Bousdoukos (Zinos Kazantsakis), Moritz Bleibtreu (Illias Kazantsakis), Birol Ünel (Shayn Weiss), Anna Bederke (Lucia Faust), Pheline Roggan  (Nadine Krüger), Lukas Gregorowicz (Lutz), Wotan Wilke Möhring (Thomas Neumann).
País de origem: Alemanha
Sinopse: Zinos Kazantsakis (Adam Bousdoukos) é o proprietário do restaurante Soul Kitchen. O negócio não anda bem, pois os clientes não aprovam a comida feita pelo novo cozinheiro. Para piorar a situação, Nadine Krüger (Pheline Roggan), a namorada de Zinos, resolveu se mudar para Xangai. Logo ele resolve partir à sua procura, mas para tanto precisa deixar o comando do restaurante a cargo de seu irmão, Illias (Moritz Bleibtreu), que saiu recentemente da prisão. Não demora muito para que Zinos descubra que Nadine já tem um novo namorado e que Illias perca o restaurante no jogo.

Trailer:

RESENHA

Soul kitchen é a mais nova obra do diretor turco-alemão Fatih Akin, conhecido no Brasil pelos seus últimos filmes: "Contra a Parede" e "Do Outro Lado". Apesar de ter a temática principal um restaurante de nome homônimo ao filme, não trás a culinária como foco principal, e sim os percalços do dono do restaurante para manter o lugar funcionando.
Fatih Akin juntamente com Adam Bousdoukos (protagonista do filme) que também assina o roteiro da obra, trás ao público uma visão muitas vezes cômica da vida de Zinos Kazantsakis (Adam Bousdoukos) que assume o papel de proprietário, gerente, cozinheiro e chefe de cozinha do Soul kitchen, restaurante localizado num bairro industrial de Hamburgo. Em meio a problemas financeiros, sentimentais e de saúde Zinos tenta administrar o empreedimento.
O soul kitchen é um restaurante comum onde é servido pratos não tão eleborados para um público que não tem muita exigência com o paladar, frituras e cerveja são as pedidas principais do local. A trama se desenrola quando Nadine (Pheline Roggan) a namorada de Zinos viaja para Xangai à trabalho, isso desencadeia uma série de eventos que irão mudar drasticamente o curso do filme. A contratação de um novo chefe de cozinha interpretado por (Birol Ünel) é um desses eventos, digasse de passagem um dos personagens mais marcantes, de modos nada tradicionais que sempre carrega consigo uma faca de chefe pessoal e que não faz cerimônia alguma de usa-la tanto na cozinha quanto em qualquer outro ocasião. Graças a esse contratação e alguns acasos do destino o restaurante passa a ser um ponto cultural de boa música e visitado por pessoas bastante ecléticas.
Um outro personagem que enrola ainda mais esse novelo de situações é o irmão de Zinos, Illias (Moritz Bleibtreu), presidiario em regime condicional, preso por cometer assaltos e totalmente viciado em jogo, se mete em uma divida de jogo e acaba  perdendo o restaurante. Em meio a esses acontecimentos ainda tem a rejeição de Nadine e uma hérnia que incomoda Zinos durante todo o filme e é responsavel por cenas muito engraçadas.
O filme é comandado com um maestria e uma sutileza digna de um ótimo contador de histórias, a apresentação dos personagens acontece de forma natural e de facil digestão. Mesmo com um contexto muitas vezes de violência o filme não agride ninguém. As cenas são passadas de uma forma meio pastelão que acaba dando um carater cômico ao filme. Até mesmo em umas das cenas que deveria ser uma orgia é tratada com um certo respeito ao público.
A complexidade psicológica e profundidade que Akin trata seus personagens é mais um dos motivos pelos quais você deve assistir o filme, o perfil psicologia de cada personagens é bem trabalhado nessa obra, deixando espaço para cada um expressar seus medos, defeitos e qualidade.
Soul kitchen tem uma trilha sonora que agrada gregos e alemães passando pelo soul, jazz, reggae, techno, rock n' roll e uma batida eletônica das noites alemães e  turcas. A trilha entrou para o top 10 na Europa e já vendeu mais de 10 mil cópias.
Assim como na culinária a receita que Akin usou para um bom filme leva um pouco de comédia pastelão, algumas colheres de dramas da vida sentimental, desencontros, várias xícaras de música de ótima qualidade, uma pitada de humor non sense, misturando tudo isso cenário de uma Alemanha moderna. É um filme que na verdade fala sobre o amor, desilusões, trapaças, mentiras e mostra ainda uma Alemanha que outrora era dividida e cheia de dualidades, agora unida por culturas, estilos e gostos diferentes.

Breno de Oliveira

Scott Pilgrim Contra o Mundo (2010)



FICHA TÉCNICA

Direção: Edgar Wright
Elenco: Anna Kendrick (Stacey Pilgrim), Mary Elizabeth Winstead (Ramona Flowers), Kieran Culkin (Wallace Wells), Jason Schwartzman, Chris Evans (Lucas Lee), Michael Cera (Scott Pilgrim), Bill Hader.
Sinopse:  Scott Pilgrim (Michael Cera) tem 23 anos, integra uma banda de colégio, vive trocando de emprego e tem um namoro firme. Sua vida está maravilhosa, até conhecer Ramona V. Flowers (Mary Elizabeth Winestead). Ele logo se apaixona perdidamente por ela, só que não será fácil conquistar seu amor. Para tanto ele precisa enfrentar os sete ex-namorados dela, que estão dispostos a tudo para impedir sua felicidade com outra pessoa.
Trailer:

RESENHA

Scott Pilgrim vs The World é uma adaptação dos quadrinhos de Bryan Lee O’Malley. Tanto no longa, quanto nos quadrinhos, o autor, de uma forma bem original, mostra aspectos do dia a dia de um jovem canadense e sua busca pelo crescimento pessoal, profissional e principalmente sentimental.
Assim como nos videogames, especialmente os jogos de RPG (Role Playing Game), o personagem principal da obra passa por etapas para atingir seus objetivos e depois de completas o mesmo é compensado através de moedas e/ou experiência. Talvez este tenha sido o fato que deu à obra o título de melhor filme de videogame já produzido por Hollywood, mesmo sua temática não sendo originada dos consoles em si, e sim dos quadrinhos.
Em Scott Pilgrim, o diretor britânico Edgar Wright, diretor de duas comédias excelentes: Todo Mundo Quase Morto (Shaun of The Dead) e  Chumbo Grosso (Hot Fuzz), adota uma linguagem espetacular em sua narrativa. Nesta obra, Scott Pilgrim (Michael Cera) é um nerd ferido emocionalmente, mas determinado a deixar para trás suas mágoas e seguir com sua vida. O longa começa com Scott, o baixista, anunciando à sua banda que está namorando uma colegial, Knives Chau (Ellen Wong), porém no caminhar da história ele se apaixona por uma outra garota, Ramona Flowers (Mary Elizabeth Winstead), convencendo-a a aceitar um encontro. O que Scott não contava é que Ramona tem sete “ex-namorados do mal” e para namorar a garota ele precisa derrotá-los.
A história se passa em Toronto, no Canadá, e apesar de ser um lugar conhecido por seu clima mórbido, o filme compensa com seus efeitos super dinâmicos. O diretor capricha nas famosas linhas de movimentos e alguns efeitos de videogame, o que contrasta perfeitamente com o clima e lugar.
Mas o que faz de Scott Pilgrim um filme diferente? Bem, eu arrisco dizer, que Scott Pilgrim Contra o Mundo, não é apenas mais um filme e sim uma excelente adaptação da graphic novel de Bryan Lee O’Malley. Este autor combina três elementos de forma fantástica, que são: videogame, música e quadrinhos. A grande pergunta é: Será que ele entende mesmo sobre videogame, música e quadrinhos? A resposta é um grande SIM! O autor ainda brinca muito com a metalinguagem, mas o que mais nos chama a atenção é o simples fato da construção do papel de herói ser totalmente diferente. Scott, apesar de ser extremamente inocente é um herói, mas em nenhum momento busca uma roupa de super herói, muito menos um mentor para lhe dar super poderes. Mas, definitivamente o maior X dessa questão são os temas que envolvem Scott Pilgrim.
A obra nos mostra claramente um relacionamento natural, eu não diria normal a julgar o nosso modelo atual de sociedade, entre Scott Pilgrim e seu amigo e companheiro de quarto, homossexual, Wallace Wells, no longa interpretado por Kieran Culkin, que além de amigo acaba se tornando um guia, em sua constante batalha contra os “ex-namorados do mal” de Ramona Flowers. Sobretudo, a história é sobre a vida de Scott Pilgrim, seus relacionamentos, seus problemas e suas dificuldades.
Em suma o diretor Edgar Wright consegue trazer todos os elementos lúdicos da graphic novel para seu longa, tornando Scott Pilgrim uma obra contemporânea, cativante e envolvente. Scott Pilgrim Contra o Mundo é uma grande obra que revolucionou a percepção da forma de se fazer adaptações.



Jake Rodrigues

 
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